Embrião 4AA, embrião D2..Quem está planejando fazer uma fertilização in vitro acaba se deparando com nomenclaturas como essas, que são usadas para classificar os embriões de acordo com alguns critérios. Mas o que elas significam, afinal? Um embrião pode ser classificado de acordo com diferentes aspectos:
– sua “idade”, vem daí as nomenclaturas D1 (para embriões com um dia de desenvolvimento), D2 (para embriões com dois dias de desenvolvimento) e assim sucessivamente;
– sua taxa de fragmentação, baseada na quantidade de pedaços de citoplasmas das células resultantes do processo de divisões celulares;
– um conjunto de três características utilizadas para classificar embriões que estão na fase de blastocisto. Essa é a classificação mais relevante, já que é nesse estágio que o embrião é transferido para o útero materno durante o processo de fertilização.
Classificação de blastocistos
Antes de conhecermos melhor essa classificação, devemos compreender o que é um blastocisto. Quando o espermatozoide penetra o óvulo, inicia-se o processo de formação do embrião. Nesse caminho, o embrião passará por vários estágios e receberá uma nomenclatura diferente em cada uma dessas etapas. Logo após a fecundação, ele é constituído por uma célula diplóide (quando os cromossomos estão organizados em pares) e é chamado de zigoto.
A partir daí, o zigoto inicia o processo de clivagem, quando se divide em duas células (os blastômeros). Estas se dividirão em outras duas células e assim vão seguir multiplicando-se aos pares, em progressão geométrica. Lá pelo 5° dia, o embrião já possui centenas de células e chega à fase de blastocisto. Estudos apontam que essa é a etapa ideal para implantação dos embriões no útero da mulher por meio de fertilização, em consonância com o que ocorre no processo de gestação natural.
Agora que já compreendemos o que são os blastocistos, podemos entender melhor a forma como eles são classificados. Para isso, são levados em conta três aspectos: a fase de desenvolvimento do blastocisto, a pontuação e qualidade de sua massa celular interna e a pontuação e qualidade da sua camada externa (trofoectoderma). Essas três variáveis vão compor a classificação, sendo que cada uma delas recebe uma pontuação, de acordo com suas características.
Em primeiro lugar é listado o grau de expansão, com nota de 1 a 6 (onde 1 é o menos expandido e o 6 é o mais expandido). Logo em seguida é listada a nota da massa celular interna, com letras de A a C (onde A refere-se a um embrião com muitas células, agrupadas e bem compactas e C, um com poucas células). Por fim, é listado o grau do trofoectoderma, também com letras de A a C, onde A refere-se a um embrião com muitas células, bem coesas e C, refere-se a um embrião com poucas células grandes. Por exemplo, um blastocisto com qualidade 4AA significa que ele está expandido (grau 4) e tem muitas células bem coesas tanto na sua massa celular interna (grau A) quanto na sua massa celular externa (grau A).