Se você está se planejando para tornar-se mãe após os 40 anos, com certeza já sabe que é uma gestação que envolve algumas peculiaridades, mas pode ser uma experiência muito proveitosa e segura.
De acordo com dados divulgados pelo EuginGroup, até os 35 anos de idade a chance de uma mulher engravidar é de 25%. A partir dos 40 anos, as chances caem para 10%, entre 41-42 anos essa taxa já é de 5%, aos 43-44 anos menos de 5% e acima de 45 anos menos de 1%.
Eu sei que são dados que podem tirar o sono, sobretudo quando você tem certeza que quer ser mãe, está próxima ao limite da faixa etária favorável à reprodução natural, mas sabe – por diversas razões pessoais – que ainda não é o momento adequado.
A boa notícia é que as tecnologias voltadas para a reprodução humana evoluíram de tal forma que hoje é possível realizar o sonho da maternidade um pouco mais tarde, por volta de 50 anos. Mas, para isso, compreender as opções específicas de tratamento em reprodução assistida e as diretrizes médicas associadas a essa faixa etária é essencial, assim como se planejar!
Neste artigo, exploraremos os tratamentos de reprodução assistida recomendados, os limites médicos das opções disponíveis e estratégias que podem promover uma gestação mais saudável nesse período da vida.
É seguro ter uma gestação após os 40 anos?
É comum o questionamento sobre a segurança e as possíveis complicações ao considerar uma gestação após os 40 anos. Embora essa fase possa trazer alguns desafios, também oferece oportunidades e benefícios significativos, como o fato de você se sentir mais preparada para ser mãe.
Os avanços na medicina reprodutiva e no acompanhamento médico pré-natal têm possibilitado gestações seguras nessa faixa etária. Além do mais, nessa idade é mais provável que a mulher se encontre em uma situação pessoal e profissional mais estável, proporcionando um ambiente familiar favorável para o crescimento de um filho.
Também é possível destacar a riqueza de experiência e maturidade que essa idade pode trazer para a maternidade. Após os 40 anos, comumente se possui um melhor entendimento sobre si mesma e estabilidade emocional, o que também pode contribuir para o bem-estar do bebê e da família.
É verdade que durante a gravidez após os 40 anos é necessário que esteja mais atenta aos riscos de complicações. No entanto, um preparo físico pré-concepcional, com as suplementações e estilo de vida adequados e sua manutenção durante toda a gestação, podem auxiliar para que tenha saúde e tranquilidade durante toda a sua gestação.
Como te disse acima, é possível, mas é preciso se planejar, sobretudo com informações de qualidade e uma equipe de confiança para te acompanhar antes, durante e após a concepção.
Antes de falar sobre os tratamentos de fertilização, é importante também falarmos sobre uma parte muito importante do planejamento, que é o congelamento de óvulos.
Para que você tenha ainda mais sucesso nas tentativas de concepção após os 40, congelar seus óvulos entre 20 até 35 anos é o ideal. Segundo estudos, a chance de uma mulher que congelou os óvulos até os 35 engravidar aos 40, por exemplo, é de aproximadamente 60% via fertilização in vitro. Na mesma idade, com o mesmo método de reprodução assistida, mas, sem o congelamento de óvulos, a chance de engravidar cai para 20%.
Antes de indicar qualquer tratamento para você, primeiro é preciso que seja feita uma anamnese minuciosa de sua saúde em consulta e exames, checando, inclusive, como anda sua saúde reprodutiva. A partir disso, é possível traçar estratégias para os próximos passos.
Claro que cada caso é um caso, no entanto, tendemos a iniciar por tratamentos de menor complexidade e, caso necessário, evoluímos a complexidade dos mesmos.
Sendo assim, veja abaixo, por ordem crescente de complexidade, os principais tratamentos em Reprodução Humana para gestação após os 40 anos:
- Inseminação Intrauterina (IIU): É um procedimento mais simples, em que o esperma é inserido diretamente no útero da mulher durante seu período fértil, diminuindo, assim, as barreiras para a fecundação. Os gametas masculinos são previamente selecionados em laboratório e estes podem ser tanto do seu parceiro, quanto um sêmem doado.
- Fertilização in vitro (FIV): Este tratamento envolve a coleta de óvulos da mulher e sêmem do parceiro ou doador e a prévia análise de suas condições em laboratório. Após esta etapa, ainda no laboratório, é feita a fertilização com os gametas coletados e seu desenvolvimento acompanhado. Com cerca de 5 dias após a fertilização em laboratório e tendo o desenvolvimento esperado, o embrião é transferido para o útero, em um processo indolor conduzido em centro cirúrgico.
- Doação de Óvulos: Para aquelas cuja quantidade e qualidade dos óvulos diminuíram significativamente a ponto de não ser possível gestar com óvulos próprios ou mesmo que sem induzir a um potencial risco de saúde para o bebê, a doação de óvulos é uma opção valiosa e capaz de trazer o tão sonhado desejo da maternidade. Nesse procedimento, será possível fertilizar, em laboratório, os óvulos saudáveis de uma doadora com o esperma do parceiro ou também um doador. Após a fertilização, o embrião será transferido para o seu útero para que possa gestar.
A busca por tratamentos de Reprodução Humana após os 40 anos deve começar com uma consulta especializada para avaliar as opções mais adequadas, considerando o histórico médico, a saúde reprodutiva e as preferências da paciente.
Qual a idade máxima em que é permitida a realização de tratamentos em Reprodução Humana?
Uma das dúvidas mais frequentes está relacionada à idade limite para se submeter à Fertilização in Vitro (FIV) e outros tratamentos em Reprodução Humana.
Embora existam situações excepcionais que podem ser consideradas, o Conselho Federal de Medicina (CFM) orienta que a idade máxima para gestação por meio de técnicas de reprodução assistida seja até os 50 anos.
Como ter maior segurança em uma gestação após os 40 anos?
Existem algumas medidas que beneficiam tanto você, quanto o seu bebê durante esse período, e elas não são tão diferentes de uma gestação anterior a essa idade. São elas:
- Controle de doenças pré-existentes: Caso possua condições médicas pré-existentes, como diabetes, hipertensão ou questões metabólicas, por exemplo, é primordial ter o acompanhamento de especialistas para mantê-las sob controle.
- Cuidados pré-concepção: Desde consultas regulares ao ginecologista para avaliar a saúde geral, a suplementação adequada de ácido fólico e demais vitaminas, atualização do calendário de vacinação, até a revisão dos hábitos de vida, como alimentação saudável e exercícios físicos serão um diferencial para gestar com qualidade. Igualmente valioso é também se cuidar emocionalmente, uma vez que a ansiedade e o estresse podem interferir no seu bem-estar, impactando, inclusive, na concepção.
- Consultas e exames pré-natais: Estar acompanhada de uma equipe obstétrica atualizada e que confie, que te dê segurança, acolhimento e um olhar atento para avaliar a saúde do bebê é muito importante. Exames de ultrassom e testes genéticos também são essenciais para acompanhar o desenvolvimento do bebê de perto, auxiliando na detecção e resolução precoce de possíveis complicações.
- Dieta equilibrada e estilo de vida saudável: Tabagismo e álcool são obviamente proibidos na gestação, isso é regra básica. A dica de ouro aqui é ter o acompanhamento profissional de um nutricionista especializado em gestantes, além de consultar sua equipe sobre os melhores exercícios físicos para o seu caso.
Cada gravidez é única, e é essencial seguir as orientações médicas específicas para o seu caso. Discussões abertas com os profissionais de saúde ajudarão a entender os riscos e a tomar decisões informadas.
Com cuidados pré-concepção, acompanhamento médico regular e estilo de vida saudável é completamente possível ter uma gestação após os 40 anos segura e tranquila.
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