A inseminação intrauterina ou inseminação artificial é uma técnica de média complexidade utilizada na reprodução assistida para obtenção da gestação. Nessa técnica é feita a inserção do sêmen em cavidade uterina, no momento em que a paciente está ovulando. Para tal, o início do ciclo de tratamento ocorre quando a paciente menstrua.
Como é feita a inseminação artificial?
Nos três primeiros dias do ciclo menstrual é feita uma ultrassonografia e, caso não haja nenhuma contraindicação a paciente inicia o tratamento. Para tal, será feito uso diário de medicações hormonais por via oral ou injetável subcutâneo.
Caso a paciente esteja em um ciclo natural sem estímulo, provavelmente um dos dois ovários evoluirá com um folículo dominante – saquinho de líquido de contém o óvulo – que crescerá até o período fértil e romperá, liberando o óvulo para a cavidade pélvica, onde será sugado pela tuba. diferentemente, na inseminação, usamos as medicações hormonais para que ao invés de termos apenas um folículo estimulado, tenhamos dois ou três, aumentando a taxa de sucesso.
Passo a passo
Ao longo do crescimento dos folículos, são feitas ultrassonografias a cada dois ou três dias para acompanhamento. Esse estímulo hormonal precisa ser limitado, pois não é desejado ter mais que três folículos para não aumentar o risco de gemelaridade.
Quando esses folículos estão grandes, com a média dos diâmetros maior que 18-20mm, compreende-se que dentro deles o óvulo já encontra-se maduro, ou seja, em uma fase de desenvolvimento propícia para a fecundação (metáfase). Finalmente, nesse momento é administrada uma medicação para induzir a ovulação, também injetável subcutânea, contendo o hormônio HCG e, em cerca de 36 horas, a paciente iniciará seu processo de ovulação.
O dia da inseminação
No dia então da ovulação, o homem faz uma coleta seminal por masturbação e esse produto segue para laboratório, onde passará pelas seguintes etapas técnicas para seleção da melhor porção: gradiente descontínuo de densidade, migração ascendente (swin-up) e lavagem seminação.
Posteriormente, os espermatozoides com motilidade progressiva (os melhores), são separados e colocados em uma seringa e, com a paciente em posição ginecológica, é passado o espéculo. Em seguida, é feito limpeza do colo e inserido um catéter fino e flexível pelo orifício natural do colo uterino. Esse catéter, por sua vez, em sua extremidade, tem acoplado a seringa com o sêmen que é direcionado delicadamente para a cavidade uterina, processo que chamamos de inseminação. Após esse procedimento, a paciente é liberada.
Para a realização da inseminação, o casal precisa preencher alguns pré-requisitos para ter uma taxa de sucesso satisfatória.
Pré-requisitos para a inseminação artificial
- A paciente precisa ter menos que 40 anos;
- É necessário que a paciente apresente tubas pérvias, em uma exame de nome histerossalpingografia;
- O espermograma precisa apresentar uma boa concentração e motilidade espermática, tendo após capacitação espermática, de modo ideal mais que cinco milhões de espermatozoides móveis;
- Tempo de infertilidade menor que cinco anos.
Caso não preencham esses pré-requisitos, vale a pena individualizar o caso por causa da redução na taxa de sucesso e indicar a fertilização in vitro.
Indicações da inseminação artificial
- Após três coitos programados sem sucesso;
- Fatores cervicais;
- Dificuldade para ovulação por exemplo por síndrome de ovários policísticos;
- Dificuldade com a ereção ou ejaculação dentro da vagina;
- Mulheres homoafetidas (com uso de sêmen doado);
- Alteração espermática leve;
- Infertilidade sem causa aparente em paciente jovem.
A taxa de sucesso da inseminação intrauterina varia entre 15-20%, tendo uma taxa de sucesso superior ao coito programado, porém inferior à fertilização in vitro. Sendo assim, após a realização de três ciclos de inseminação intrauterina sem sucesso, deve ser avaliada a possibilidade de mudança de tratamento para fertilização in vitro.