Produção Independente: medicina reprodutiva e a quebra de mais um tabu

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Medicina Reprodutiva mostra os caminhos seguros para a Produção Independente, a realização do sonho de ser pai ou mãe sem um parceiro. Tire suas dúvidas.

Você sonha em ser mãe ou pai, mas o príncipe ou princesa encantada ainda não apareceu na sua vida, ou considera-se apto a encarar o desafio sozinho? Então, pra quê continuar adiando essa realização? A medicina reprodutiva é o melhor e mais seguro caminho para a chamada produção independente, onde a pessoa gera um filho mesmo sem ter um parceiro ou parceira.

Durante muito tempo o assunto foi tabu em nossa sociedade. A convenção social exigia que a mulher, para ser mãe, cumprisse o preceito de ser casada ou ter um parceiro. Isso reprimiu o desejo de muitas mulheres seguras de si e com a condição financeira e profissional estável de exercerem a maternidade. A mesma desconfiança também pairava sobre os homens solteiros. Mas os tempos, felizmente, são outros.

É verdade que o preconceito ainda existe, entretanto, cada vez mais pessoas têm resolvido enfrentá-lo e vencê-lo. Encarando, por vezes, comentários maldosos de amigos, resistências dos próprios familiares e olhares indisfarçavelmente maldosos ao revelar a opção, de fato. Mas tudo devidamente recompensado pela emoção indescritível de segurar o filhinho ou a filhinha no colo e poder, finalmente, ser pai ou mãe.

“Se você é tão repleto de amor ao ponto de compartilhá-lo e ser o porto seguro na vida de alguém tão especial, seu próprio filho, por que privar você e ele disso?”, reflete a especialista em reprodução assistida, Dra. Sofia Andrade, da Cenafert.

Produção Independente Segurança
A produção independente é um símbolo da liberdade da mulher na luta contra o preconceito.

Liberdade para as mulheres

Produção independente de forma planejada e assistida pela medicina reprodutiva é, antes de mais nada, um símbolo da autonomia e liberdade, no caso das mulheres. Através dela é possível até mesmo ter um filho sem nunca ter se relacionado sexualmente com outra pessoa.

Via medicina reprodutiva, a mulher pode partir para a produção independente pela Inseminação Artificial (IA) ou pela Fertilização In Vitro (FIV). Na IA, o sêmen é depositado diretamente no útero da mulher, o que aumenta as chances de fecundação. Na FIV, o óvulo é fecundado pelo espermatozoide fora do corpo, in vitro (vidro, em latim). Posteriormente, o embrião é colocado no útero da mãe.

Produção Independente com segurança

É possível fazer uma produção independente fora da medicina reprodutiva, mas não com a mesma segurança. A mulher que resolver engravidar por vias naturais de um desconhecido, por exemplo, está sujeita a vários riscos, para si própria e para o bebê.

Contrair uma doença sexualmente transmissível (DST) pode trazer uma série de complicações ao longo da gravidez, no parto e, por vezes, não tem cura, como o HIV. Sem o aparato da medicina reprodutiva também não há como fazer um mapeamento genético do embrião, por exemplo, o que evita malformações no bebê, como a Síndrome de Down, entre outras.

A medicina reprodutiva é essencial para uma produção independente com segurança e saúde para pais, mães e filhos.
A medicina reprodutiva é essencial para uma produção independente com segurança e saúde para pais, mães e filhos.

Passo a passo para engravidar sozinha

O primeiro passo para a produção independente é buscar um acompanhamento psicológico. Cuidar do emocional é essencial para quem busca realizar o sonho de ser uma mãe sem um companheiro ou companheira. Estar ciente de todos os desafios e de como você é capaz de reagir a cada um deles é o que vai tornar a mulher totalmente segura acerca da decisão.

O segundo passo é procurar um especialista em reprodução assistida. É ele que vai fazer uma avaliação completa para saber como está a saúde clínica e reprodutiva da paciente.

A partir dos resultados dos exames, começam os preparativos para Fertilização In Vitro, técnica mais recomendada para os casos de produção independente. Antes de passar pelo processo de estimulação ovariana, porém, é preciso obter o sêmen.

Ele é obtido em bancos de sêmen, que podem ser nacionais ou estrangeiros. A identidade do doador não é revelada, mas a mãe pode escolher características físicas e psicológicas do doador, como cor da pele, dos olhos, textura do cabelo, traços comportamentais, atividades que gosta e se dedica. No Brasil, são até sete categorias disponíveis. No exterior, são 35. A orientação é que as mães optem por características semelhantes às suas, sobretudo físicas.

Após a escolha, a mulher é estimulada a liberar óvulos, via aplicação de medicamentos hormonais. É a chamada estimulação ovariana. Em seguida, os óvulos são retirados e fecundados pelo espermatozoide doado, em laboratório. O óvulo já fecundado, chamado de embrião, posteriormente, é introduzido no útero da mãe para o início da gestação. Para mais detalhes de todo o procedimento da Fertilização In Vitro, clique aqui.

Outras opções da Medicina Reprodutiva

Caso seja diagnosticado algum problema, a medicina reprodutiva dispõe de tratamentos para viabilizar a gravidez. Um deles é a ovodoação, para mulheres que não produzem mais óvulos ou os têm com baixa capacidade de fertilidade.

São os casos, geralmente, de mulheres que desejam engravidar depois dos 40 anos. Com o passar do tempo, a capacidade reprodutiva feminina vai diminuindo gradativamente, já que os óvulos são liberados em menor quantidade. Além disso, envelhecidos, eles perdem qualidade.

Por isso, é recomendável que futuras mamães congelem seus óvulos até os 35 anos, idade a partir da qual a perda de fertilidade começa a se acelerar.

Caso a mulher não tenha congelado, a opção é a ovodoação. Ou seja, a obtenção de óvulos via bancos. Esses óvulos são provenientes de mulheres que tiveram uma produção excedente após tratamentos para engravidar. Algumas delas têm parte desse tratamento custeado ao optar pela doação. Outras o fazem pela satisfação pura e simples de saber que estão ajudando uma mãe como ela a realizar o sonho de uma vida inteira.

Assim como no caso da doação de sêmen, a identidade da doadora de óvulos é sempre preservada. Na produção independente, o óvulo doado é fecundado pelo espermatozoide, também doado, via Fertilização In Vitro. Para saber mais sobre ovodoação, clique aqui.

A produção independente é uma opção também para homens solteiros que desejam ser pais.
A produção independente é uma opção também para homens solteiros que desejam ser pais.

Epigenética e Produção Independente

Ainda existe um certo tabu em relação à ovodoação, o de que, por não conter o material genético da mãe, a criança não teria características dela. Estudos no campo da epigenética, entretanto, tem ajudado a quebrar essa resistência ao tratamento.

A epigenética estuda a influência do meio ambiente nos genes do bebê ao longo da gravidez e nos primeiros anos de vida. Na gestação, o meio ambiente é o corpo da mulher. Segundo recentes pesquisas, a forma como ela se relaciona com o filho enquanto o carrega na barriga é, portanto, fundamental na definição de algumas características físicas, personalidade e preferências da criança, além de reforçar os laços identitários entre ambos.

Ou seja, segundo a epigenética, apesar de ser gerado de um óvulo de uma terceira pessoa, a criança pode ter sim o chamado jeitinho da mãe.

Além disso, há uma rigorosa seleção nos bancos e clínicas de reprodução para assegurar que a doadora dos óvulos tenha características semelhantes à da mãe.

Vale ressaltar que, acima de tudo, mãe é quem carrega o filho no próprio ventre, o nutre, faz o feto crescer, trocam nutrientes, hormônios e, acima de tudo emoções. Ingredientes da formação dessa relação única de amor e cumplicidade. No Brasil, essa condição também é reconhecida por lei nos casos de ovodoação.

Produção Independente para os homens

Sim, bem como às mulheres, ao homem é reservado o direto de ser pai sem uma parceira ou parceiro. No caso deles, é preciso que haja um útero de substituição, conhecido popularmente como barriga de aluguel.

Por lei, no Brasil, a dona do útero de substituição tem que ser uma parente de até quarto grau do pai – mãe, avó, irmã, tia ou prima. A idade limite para ela é de 50 anos.

Pode também ser uma amiga, mediante autorização do Conselho Federal de Medicina. É preciso ficar claro que não haja qualquer tipo de compensação financeira pelo útero de substituição, o que é expressamente proibido.

Em outros países, como Estados Unidos, Índia, Tailândia, México e Ucrânia é possível pagar pela barriga de aluguel.

Na produção independente para homens, o filho é gerado a partir da Fertilização In Vitro com sêmen coletado do pai e óvulo doado. Após o procedimento, o embrião é introduzido no útero de substituição.

Produção Independente na Justiça: adaptações por novas formas de configuração familiar.
Produção Independente na Justiça: adaptações por novas formas de configuração familiar.

Questões legais da Produção Independente

Em novembro de 2017, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estabeleceu novas regras para emissão de certidões de nascimento. O objetivo foi quebrar o preconceito e se adaptar aos diferentes formatos atuais de configuração familiar.

O termo “genitores” foi substituído por “filiação”, e o recém-nascido pode ser registrado com um pai, uma mãe, dois pais, duas mães ou até três pessoas.

Com a nova regra é possível declarar o pai ou a mãe da criança sem o constrangimento de outros tempos. No caso da barriga de aluguel, segundo o CNJ, o cartório exige apenas uma declaração da clínica de reprodução assistida onde foi feito o procedimento.

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