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Infertilidade é definida como a não obtenção de gravidez num casal que mantém relações sexuais durante o período de um ano, sem utilizar métodos contraceptivos ou também levar a gestação a termo. Cerca de 15% dos casais apresentam algum tipo de infertilidade.
Existe uma variedade muito grande de fatores que podem influenciar na fertilidade, mas é importante destacar que 40% das causas são por fatores masculinos e 40% por fatores femininos. Em torno de 20% dos casais não encontramos um fator definido que justifique a infertilidade; são os casos de ISCA ou Infertilidade Sem Causa Aparente. Entre as causas femininas de infertilidade pode-se apontar: distúrbios hormonais que impeçam ou dificultem o crescimento e liberação do óvulo (ovulação), problemas nas tubas provocados por infecções, cirurgias, endometriose, redução da qualidade genética ou quantidade dos óvulos por idade avançada da mulher, alterações anatômicas uterinas ocasionadas por malformações do útero ou presença de tumorações como miomas. Já com relação aos fatores masculinos de infertilidade, a redução da qualidade seminal surge mais comumente em 3 parâmetros avaliados no espermograma que seriam: 1) Diminuição da concentração de espermatozoides no ejaculado; 2) Redução da quantidade de espermatozoides com boa motilidade e 3) Aumento na quantidade de espermatozoides de morfologia anormal. Com relação às patologias que podem gerar esse tipo de redução de qualidade seminal podem ser citados os processos obstrutivos que alteram ou impedem a saída de espermatozoides durante a ejaculação; processos inflamatórios ou infecciosos que reduzem a qualidade da produção ou maturação espermática e as dificuldades com a ereção.
O Conselho Federal de Medicina não estabelece uma idade mínima para a mulher se submeter ao tratamento de reprodução assistida, mas orienta o tratamento até os 50 anos, reservando as técnicas de reprodução assistida em pacientes com mais de 50 anos para casos específicos sendo avaliado com o médico assistente e com a paciente sobre os riscos da gestação.
Nas pacientes com idade avançada, muitas vezes o tratamento de eleição é o tratamento de ovodoação já que a qualidade dos óvulos destas pacientes comumente encontra-se inadequada para um fecundação eficaz.
Com relação ao congelamento de óvulos visando preservação da fertilidade, orienta-se a realização do congelamento antes dos 35 anos, quando a mulher possui uma melhor qualidade genética dos seus óvulos, mas mulheres mais velhas também podem realizar.
Denomina-se procedimento de reprodução assistida, o ato médico no qual a ocorre uma interferência no processo de fertilização natural. A reprodução assistida está agrupada em procedimentos de baixa e de alta complexidade. No primeiro caso, estão incluídos o coito programado e a inseminação intrauterina. Já no âmbito das técnicas de alta complexidade, estão a fertilização in vitro convencional, a ICSI e a SUPERICSI.
Nas técnicas de baixa complexidade a fertilização dos óvulos pelo espermatozoide ocorre no interior do aparelho reprodutor da mulher. Já nos procedimentos de alta complexidade, é feita uma coleta de óvulos seguida de uma coleta de espermatozoides, sendo que a fertilização dar-se-á por meio de técnicas de laboratório. Posteriormente, a mulher recebe os embriões que já estarão prontos para implantar no útero.
É um procedimento onde o médico acompanha o crescimento do(s) folículo (s) ovarianos por ultrassom. São utilizadas medicações que estimulam a ovulação e pela ultrassonografia é identifico o momento oportuno de orientar o coito pelo casal, ou seja, o momento próximo da ovulação.
Na prática, inseminação artificial significa o mesmo que inseminação intrauterina. O procedimento é parecido com o coito programado. Sendo assim, durante o acompanhamento da paciente para a inseminação, também são usadas medicações estimuladoras da ovulação e é feito acompanhamento dos folículos pelo ultrassom. Na inseminação, diferentemente do coito programado, quando a mulher está no momento oportuno, ou seja, no dia da ovulação, é programada a inseminação. Nesse procedimento, ao invés de orientar o casal a ter relação sexual no dia da ovulação, o médico encaminhará o esposo para colher o sêmen e entregá-lo ao laboratório. A embriologista, por sua vez, selecionará os espermatozoides de melhor qualidade. Neste mesmo dia, essa porção seminal será então depositada no interior do útero. A fecundação dar-se-á no interior do corpo da mulher, por isso a inseminação artificial ou inseminação intrauterina é considerada uma técnica de baixa complexidade. Os resultados de gravidez são maiores com a inseminação artificial do que com o coito programado.
A FIV é popularmente chamada de “bebê de proveta” e isso se deve ao fato de que o embrião é gerado no laboratório.
Para que isso aconteça, a mulher toma medicações hormonais para que os óvulos desenvolvam e amadureçam possibilitando dessa forma a sua coleta. O crescimento dos folículos (bolsinhas de líquido que levam os óvulos dentro) é acompanhado por ultrassonografia e no momento oportuno o médico marca a coleta dos óvulos.
A FIV pode ser classificada como FIV convencional, ICSI ou SUPERICSI. Chama-se FIV convencional quando o laboratório coloca em uma placa os espermatozoide e o óvulo e aguarda que o óvulo seja espontaneamente fertilizado pelo espermatozoide.
Já a ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides) é uma técnica onde a equipe do laboratório promove, mediante um equipamento chamado micromanipulador, a introdução do espermatozoide no óvulo. Essa técnica atualmente é preferida em relação à FIV convencional por aumentar a segurança de que haverá fertilização dos óvulos.
A SUPERICSI é um avanço da técnica de FIV e acontece quando os espermatozoides que serão introduzidos nos óvulos são selecionados, após uma visualização no microscópio que aumenta o tamanho do gameta em mais de 6.000 vezes. Isso permite, nos casos de alteração do espermograma, identificar os melhores espermatozoides para introduzir nos óvulos.
Quando o casal passa em consulta com o especialista, todo o histórico dos parceiros será avaliado e os exames laboratoriais serão também analisados. Muitas vezes se faz necessária a realização de mais exames complementares e após a conclusão de toda a avaliação, é passado para o casal as possibilidades de tratamento e a taxa de sucesso. Desse modo, ao existir indicação de reprodução assistida, a equipe de orientação fornecerá passo-a-passo e os detalhes do tratamento indicado. Também serão informados com relação aos custos do tratamento em questão e o plano de pagamento para que assim o casal possa se programar.
As chances dependem de uma série de fatores do casal e do tratamento a ser realizado também. Alguns fatores do casal seriam por exemplo: 1) A idade da mulher; 2) O tipo de problema que está causando a infertilidade.
Entretanto, de uma forma geral, sabe-se que inseminação intra-uterina oferece resultados de 10 a 15% de gravidez por cada tentativa. Já a fertilização in vitro é mais eficaz e as chances de sucesso, de um modo geral, giram em torno de 30 a 40%, já na primeira tentativa.
No Brasil, segundo o Conselho Federal de Medicina e as normas que regem as técnicas de fertilização assistida, só é permitido quando existem doenças familiares ligadas ao sexo.
Depende do tipo de tratamento indicado, mas o coito programado seria o tratamento de menor complexidade e, portanto, de menor custo. Já a fertilização in vitro seria o tratamento de maior complexidade e, portanto, de maior custo.
O sêmen congelado e armazenado mantem sua qualidade e capacidade de fertilização por tempo indeterminado.
Nos pacientes que ejaculam espermatozoides, a coleta é realizada através da masturbação em sala reservada na própria clínica de reprodução assistida. Já para pacientes que não apresentam espermatozoides no ejaculado, pode ser feita uma punção de epidídimo ou mesmo uma biópsia de testículo e, caso sejam encontrados espermatozoides, estes podem ser congelados.
Sim, com autorização dos representantes legais. Esta técnica de prevenção e conservação de espermatozoides é muito indicada e deve ser utilizada em todos os homens adultos ou menores de idade que produzem espermatozoides, são capazes de ejacular e serão submetidos a qualquer tipo de tratamento que por alguma eventualidade poderá danificar a espermatogênese, tais como quimioterapia, radioterapia e outros. Pode-se ainda proceder o congelamento de sêmen para aqueles pacientes que frequentemente estão viajando ou moram em outro local para utilização posterior do seu sêmen pelas suas esposas com técnicas de fertilização assistida.
Atualmente, todas as clínicas lutam para que cada tratamento resulte em apenas um filho. Entretanto, por desejo do casal ou na tentativa de otimizar o custo do tratamento pode-se optar por transferência de uma quantidade maior de embriões. O Conselho Federal de Medicina determina que mulheres até 35 anos recebam até um máximo de dois embriões e o número máximo indicado para mulheres de 36 a 39 anos é de três embriões depositados no útero. Por fim, para as pacientes com 40 anos ou mais pode ser transferido um máximo de quatro embriões.